Seu filho tem déficit de atenção? O neurofeedback pode ajudar!

Wednesday, 01 de July de 2020
Crianças super agitas, não conseguem parar, não prestam atenção... situações que ocorrem em casa, na escola e com amigos. Como a tecnologia pode ajudar?

 
Crianças com transtorno de déficit de atenção (TDAH) sofrem com déficit de atenção, hiperatividade motora e comportamento impulsivo. Estudos de imagem funcional mostram que o comportamento do TDAH e deficiências em funções executivas ocorrem por um funcionamento neurofisiológico muito elevado. Tais situações contribuem para o fraco desempenho escolar. As tecnologias da neurociência visam auxiliar através de técnicas como o treinamento de neurofeedback (NFT), que tem o objetivo de melhorar o funcionamento neurofisiológico e neuropsicológico.

A eletroencefalografia (EEG) e a a espectroscopia funcional de infravermelho próximo (fNIRS) mostram evidencias do padrão alterado de atividade cortical e subcortical em crianças com TDAH. O primeiro mostra principalmente uma relação teta/beta aumentada e o segundo forneceu evidências de uma concentração reduzida de hemoglobina oxigenada (oxi-HB) no córtex pré frontal ventrolateral, em crianças e adultos

Sendo um transtorno que atinge 5% de crianças no mundo, o TDAH afetiva os níveis de desempenhos e, por isso, um estudo intitulado “NIRS-based neurofeedback training in a virtual reality classroom for children with attention-deficit/hyperactivity disorder: study protocol for a randomized controlled trial” realizou um estudo apontando metodologias que visam melhorar o rendimento dessas crianças.

Como já citado, o NFT é uma intervenção baseada nos achados neurofisiológicos e visa melhorar a auto-regulação no nível fisiológico e no nível cognitivo. O NFT baseado em NIRS já apresentou resultados significativo no qual os sintomas do TDAG foi reduzido após algumas sessões. Além disso, a técnica também já apresentou resultados no qual o NFT melhorou significativamente o desempenho acadêmico das crianças e na melhoria do comportamento. Vale ressaltar que, mesmo já tendo resultados expressivos, a aplicação ainda apresenta limitações e precisa ser mais estudada.

Agora, imagina aplicar isso em um ambiente de realidade virtual (VR)? Acredita-se que a aquisição de habilidades de autoregulação em um laboratório e a transferência para situações da vida cotidiana podem ser facilitadas pelo treinamento em um ambiente mais real, proporcionado pela realidade virtual, como por exemplo uma sala de aula. Isso se deve ao fato de que estímulos naturalistas, como sons e expressões visuais, estimulam diferentes canais sensoriais que provocam respostas psicológicas e comportamentais realistas. Assim, espera-se que as crianças apresentam o mesmo comportamento agitado e desatendo no ambiente da realidade virtual e isso faz com que as respostas nas sessões de NFT podem ser usadas para corrigir comportamentos inadequados e reforçar comportamentos adequados.

 
Figura: Sala de aula 2D e VR (Blume, 2017)

Bacana, né? Como pode ser visto na figura acima, o ambiente da realidade virtual na sala de aula de uma escola primária, onde foram inseridos alunos que cercam o voluntário e a professora na frente. Associado a isso, distrações como barulho de um avião de papel voando pela sala, colegas sussurrando ou a porta batendo são colocadas em prova na atenção da criança. Como dito, a criança com TDAH vai apresentar o comportamento de distração e ai entra o NFT, visando auxiliar no direcionamento do autocontrole. O NIRS na superfície do córtex consegue avaliar a terapia, no qual o sinal do feedback é marcado em vermelho, como podemos ver na figura abaixo

 
Figura: Alinhamento do NIRS (Blume, 2017)

Com o estudo realizado, espera-se que a técnica de NFT e VR permita efeitos maiores que o treinamento em 2D, por conseguir associar a outras varias. O estudo ainda é limitado, mas vale ressaltar o potencial da pesquisa visando oferecer qualidade de vida, melhor desempenho escolar e autocontrole em crianças com TDAH.

 

Referências

Blume, F., Hudak, J., Dresler, T., Ehlis, A. C., Kühnhausen, J., Renner, T. J., & Gawrilow, C. (2017). NIRS-based neurofeedback training in a virtual reality classroom for children with attention-deficit/hyperactivity disorder: study protocol for a randomized controlled trial. Trials18(1), 41.

Cortese S, Ferrin M, Brandeis D, Holtmann M, Aggensteiner P, Daley D, Santosh P, Simonoff E, Stevenson J, Stringaris A, Sonuga-Barke EJS. Neurofeedback for attention-deficit/hyperactivity disorder: meta-analysis of clinical and neuropsychological outcomes from randomized controlled trials. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2016;55:444–455.

Faraone SV, Asherson P, Banaschewski T, Biederman J, Buitelaar JK, Ramos-Quiroga JA, Rohde LA, Sonuga-Barke EJS, Tannock R, Franke B. Attention-deficit/hyperactivity disorder. Nat Rev. 2015;1:1–23

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Autor:

Mouhamed Zorkot

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