De acordo com a associação brasileira de déficit de atenção, o TDAH ou também conhecido como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é uma desordem de ordem neurobiológica que tem causa genética e que é caracterizado por impulsividade, falta de atenção e inquietação. Essa desordem afeta em especial crianças e pode acompanhar por toda a vida adulta. Estudos epidemiológicos mostram que o TDAH afeta cerca de 5% das crianças mundialmente. E que esta, em virtude da dificuldade de concentração e inquietação leva ao baixo rendimento escolar e a dificuldades de aprendizado.
Muitas crianças cada vez mais tem enfrentado essa desordem, dessa maneira, as escolas têm que estar preparadas para receber esses alunos, sendo capazes portanto, de compreender a patologia e buscar soluções para métodos que possam ajudar no aprendizado desses alunos. Cientistas têm estudado a atividade cerebral de pacientes que sofrem com o TDAH para compreender a fisiologia neural desses indivíduos. Dessa maneira, utilizando técnicas de neuroimagem como, o EEG e NIRS, pesquisadores descobriram por meio da identificação da atividade elétrica neural, bem como, atividade funcional de pessoas com TDAH, respectivamente, que esses indivíduos apresentam alteração do padrão de atividade na região cortical e subcortical. Esses estudos mostraram que pessoas com TDAH apresentam um aumento nas frequências de theta e beta.
Sendo assim, um estudo inovador propôs a utilização experimental do uso da realidade virtual (VR) e neurofeedback usando NIRS para investigar se essa nova metodologia poderia ser utilizada para treinar pacientes com TDAH e assim reduzir seus sintomas. A realidade virtual é uma tecnologia que simula ambientes imersivos criados por algoritmos computacionais. Dessa maneira, no VR é capaz de simular qualquer tipo de cena com diferentes graus de dificuldades para ser testado em pacientes, e para que os mesmos possam progredir gradualmente.
Nesse estudo, pesquisadores recriaram uma sala de aula, no qual, crianças com TDAH eram imerso nesse ambiente, o qual apresentavam de forma randomizada algumas distrações, como, sons de pessoas falando e batendo na porta e distrações visuais como brinquedos. Utilizando o NIRS para analisar em tempo real a atividade funcional desses indivíduos, e oferecendo-lhes feedback da atividade neural que era convertido em algum aspecto visual ou auditivo, como diferença na luz por exemplo, os pacientes com TDAH foram capazes de em algumas sessões controlar a frequência das ondas cerebrais, bem como, foi percebido mudanças comportamentais, apresentando melhora do autocontrole, inquietação e agitação.
As tecnologias de neuroimagem, como o EEG e NIRS, tem sido ferramentas poderosas para compreender a fisiologia e patologia dos distúrbios associado a mente humana. Bem como, grande aliado para uso em terapias que envolvem neurofeedback. Crianças com TDAH apresentam dificuldades escolares e cognitivas em virtude do déficit de atenção e impulsividade. Essa tecnologia, portanto, mostrou ser eficaz no auxílio para diminuir os sintomas desses indivíduos. O que irá ajudar não apenas durante a infância, mas também, garantirá melhor aprendizado e uma melhor qualidade de vida durante a fase adulta.
Referência:
[1] Friederike Blume, Justin Hudak, Thomas Dresler, Ann-Christine Ehlis, Jan Kühnhausen, Tobias J. Renner and Caterina Gawrilow. NIRS-based neurofeedback training in a virtual reality classroom for children with attention-deficit/hyperactivity disorder: study protocol for a randomized controlled trial, 2017.
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