Você já teve que fazer fisioterapia? Você se lembra dos esforços que fazia, o tempo demorava pra passar, etc... Já imaginou realizar uma sessão de terapia de uma forma muito mais dinâmica e ainda obter resultados mais benéficos? A neurociência pode contribuir!
Fonte: Artmed
Diversas doenças e lesões, inclusive neurológicas, podem causar comprometimento motor, ou seja, dificuldade para caminhar. Como exemplo, podemos citar o Acidente Vascular Encefálico(AVE) , o famoso derrame, que pode causar sequelas como o pé caído. A reabilitação é extremamente importante no pós-AVE, com o objetivo de realização de movimentos repetitivos para fazer com que a vítima recupere o aprendizado motor. Entretanto, diversas sessões de fisioterapia ainda não fazem o uso de tecnologias e, além da limitação da recuperação, a sessão pode apresentar outro fator agravante: a falta de motivação.
Como solução, uma das tecnologias que vem sendo estudas é a realidade virtual (RV), associada a uma interface cérebro-máquina (BMI), que visa otimizar a reabilitação, com resultados mais promissores no desempenho da marcha. O objetivo dessa associação visa fazer com que o usuário se sinta imerso em um ambiente, no qual pode ativar vias motoras e ainda gerar uma maior motivação, pelas experiências proporcionadas pela tecnologia.
A associação com BCI tem o objetivo de gerar um neurofeedback, no qual a pessoa apenas imagina a realização do movimento (de um braço, por exemplo) e a atividade cerebral é alterada. Isso pode ser considerado uma atividade que auxilie na reabilitação e, além disso, depois de treinar a atividade cerebral usando o neurofeedback, a atividade cerebral em repouso também pode apresentar alterações, o que pode ser um indicador da eficácia da terapia de AVE.
Figura: Desenho experimental (Vourvopoulos et. al, 2019)
Pesquisas apontam que essa associação EEG-BCI apresenta maiores efeitos em pessoas que possuem um grau mais severo na deficiência motora, enquanto para deficiências menores recomenda-se o uso de eletromiografia(EMG). Isso pode ser explicado pelo fato de pessoas com maior comprometimento motor apresentam menos entradas e saídas do córtex motor danificado e, assim, as áreas cerebrais podem ser mais flexíveis para a neuromodulação e mais facilmente treinadas.
Não é interessante?! Você realiza uma sessão de reabilitação em um ambiente que pode ter jogos, interações maiores, etc. Além disso, resultados são otimizados. A técnica de neurofeedback também é interessante e visa crescer cada vez mais, visando a modulação cerebral após lesões neurológicas. Tem interesse em projetos com EEG? Entre no HUB da Brain Support e de uma olhada nas tecnologias de melhor custo benefício
Referências
Vourvopoulos, A., Pardo, O. M., Lefebvre, S., Neureither, M., Saldana, D., Jahng, E., & Liew, S. L. (2019). Effects of a brain-computer interface with virtual reality (VR) neurofeedback: A pilot study in chronic stroke patients. Frontiers in human neuroscience, 13, 210.
Anglin, J. M., Spicer, R., Lefebvre, S., Jann, K., Ard, T., Santarnecchi, E., et al. (2019). Embodiment improves performance on an immersive brain computer interface in head-mounted virtual reality. Bioarxiv
Ito, K. L., Kumar, A., Zavaliangos-Petropulu, A., Cramer, S. C., and Liew, S.-L. (2018). Pipeline for Analyzing Lesions After Stroke (PALS). Front. Neuroinformatics 12:63. doi: 10.3389/fninf.2018.00063
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