Sudorese excessivo, taquicardia, aperto no peito, formigamento, falta de ar, insônia, medo de ficar sozinho e medo de morrer, esses são alguns dos sintomas característicos da síndrome de ordem mental que tem levado a população mundial as mais altas taxas de internação psiquiátrica e afastamento social, a Ansiedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) 1 a cada 13 pessoas sofrem de transtorno de ansiedade no mundo. Sendo o Brasil, o campeão mundial quando o quesito é distúrbio de ansiedade. As estatísticas mostram que cerca de 10 % da população brasileira sofrem com crises de ansiedade e síndrome do pânico, ficando atrás somente do Paraguai, que ocupa o segundo lugar, com cerca de 7,6% da população.
De acordo com o Instituto Nacional de saúde mental (NIMH), a ansiedade é uma reação natural do corpo humano frente a respostas que causam desconforto ou estresse. É perfeitamente natural apresentar alguns dos sintomas da ansiedade diante da execução de uma tarefa que para aquele indivíduo é extremamente importante, como por exemplo, ao fazer uma provas, problemas no trabalho, aprovação em um concurso, entrevista no primeiro emprego, entre outras situações que exigem do indivíduo um grau maior de estresse. Entretanto, as pessoas que sofrem com distúrbios de ansiedade, potencializam de forma imaginária algo que não representa a situação real ao qual está enfrentando. Essa potencialização leva ao estresse excessivo e medo, o que desencadeia uma série de reações fisiológicas que podem ser manifestadas no corpo físico, muito embora a ansiedade seja um transtorno de ordem mental.
As bases neurobiológicas que constitui a ansiedade está relacionada diretamente ao medo. Este, assim como a ansiedade é uma condição fisiológica natural de todo ser humano. O medo é uma importante ferramenta biológica, presente em todos os animais, sejam eles racionais ou irracionais, que permite com que o indivíduo analise o ambiente em que está presente e lhe garanta sua sobrevivência por meio da luta e fuga. Sendo portanto, um recurso presente nas regiões associadas às áreas cerebrais mais primitivas, conhecida como cérebro reptiliano. Para o indivíduo que sofre com distúrbios de ansiedade, as situações que causam gatilho da sua ansiedade provoca a mesma reação que situações de grande perigo em que o centro associado de luta e fuga é ativado.
Nessa circuitaria está envolvido a ativação do sistema nervoso e sistema endócrino. As pessoas com crises de ansiedade diante de um fator estressor que as causam medo, ativa áreas específicas do sistema límbico, dentre elas a amígdala e o hipotálamo. O sistema límbico está formado por uma circuitaria e estruturas subcorticais sendo responsáveis pelas emoções. A amígdala leva a ativação do sistema nervoso autônomo e hipotálamo, sendo responsáveis pela liberação de neurotransmissores capazes de gerar as sensações físicas de luta e fuga. O hipotálamo por sua vez, libera o CRH (Hormônio liberador de corticotrofina) que estimula a liberação de ACTH (Hormônio adrenocorticotrófico) pela adenohipófise e por fim, atua nas supra renais provocando a liberação de cortisol e adrenalina. A adrenalina é um vasoconstritor, responsável portanto no aumento da frequência cardíaca e respiratória, aumento da sudorese e as sensações e sintomas presentes na ansiedade.

A síndrome do pânico é apenas uma das condições presente dentro do quadro dos distúrbios de ansiedade. O qual está constituído por: transtorno de ansiedade generalizada (TAG), síndrome do pânico (SP) e inclusive a fobia social. Muitos fatores podem estar associados ao desenvolvimento de crises de ansiedade, dentre elas estão, fatores genético, estresse, preocupação excessiva e estilo de vida.
Diante disso, a realidade virtual em sua modalidade intitulada
jogos sérios tem contribuído na melhora dos pacientes que sofrem com a ansiedade.Os jogos sérios são uma das modalidades de jogos no qual o seu desenvolvimento é voltado para fins que vai além do entretenimento. Neste sentido, uma empresa desenvolveu um jogo chamado de Deep VR o qual leva os pacientes com ansiedade a um mergulho relaxante nas profundezas do oceano. Durante o mergulho virtual, os pacientes são levados a realizar treinamento com técnicas de meditação e respiração dentro do ambiente relaxante.

Imagem: Jogo Deep VR
A realidade virtual tem se tornado uma ferramenta poderosa nos tratamentos de desordens mentais, tendo em vista que é um ambiente seguro e que o mesmo cenário pode ser treinado centenas de vezes. As aplicações da realidade virtual na área médica não são aplicadas apenas aos distúrbios de ansiedade, mas também, as fobias, autismo, e distúrbios neurodegenerativos como brain-monitoring-during-gait-and-bipedal-stance-in-people-with-parkinson-39-s" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Parkinson e Alzheimer.
Para saber mais sobre conteúdos relacionados a realidade virtual na saúde acesse:
https://brainlatam.com/blog/grupo/games-research
Referência:
[1] Anxiety Disorder. National Institute of Mental Health. Retirado de:
https://www.nimh.nih.gov/health/topics/anxiety-disorders/index.shtml
[2] Circuito do medo. Revista FAPESP. Retirado de:
https://revistapesquisa.fapesp.br/2002/04/01/circuitos-do-medo/
[3] Neurobiologia das emoções. Vanderson Esperidião-Antonio, Marilia Majeski-Colombo, Diana Toledo-Monteverde, Glaciele Moraes-Martins, Juliana José Fernandes, Marjorie Bauchiglioni de Assis, Rodrigo Siqueira-Batista. Rretirado de:
http://www.scielo.br/pdf/rpc/v35n2/a03v35n2
[4] Deep VR. Retirado de: http://www.exploredeep.com/

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