Neurolab #1 - A importância da comunicação científica
Thursday, 09 de July de 2020
Em nosso primeiro vídeo do nosso projeto NEUROLAB, falamos um pouco sobre a importância da divulgação científica para nossa sociedade. Você ainda não conhece o Neurolab? Acesse nosso blog "Neurolab" e conheça uma forma prática de aprender neurociência além de sua importância para comunicação científica. Neste blog, discutiremos os assuntos e pontos importantes de nosso vídeo (Neurolab #1).
Sabemos que a ciência tem sido o principal meio de evolução do ser humano em todas as áreas. Em todo mundo, temos aproximadamente cerca 1 a 2 milhões de artigos científicos, de pesquisa básica a aplicada, publicados por universidades e centros de pesquisa. Porém, e se todo esse volume de informações fosse apenas limitadas a pesquisadores? Ou seja, e se as pessoas leigas que não trabalham com ciência ou áreas afins, não tivessem acesso ou tivessem acesso precário a essas informações, teria algum tipo de problema? A resposta é sim!
Para responder essas perguntas, vamos exemplificar com um caso que aconteceu nos meados de 1998, em Londres, onde um pesquisador chamado Andrew Wakefield, realizou uma pesquisa preliminar, levantando uma possível hipótese de que as vacinas contra o sarampo (MMR), poderiam causar problemas gastrointestinais, os quais levariam a uma inflamação no cérebro - e talvez ao autismo. Apesar de ser apenas uma hipótese não confirmada cientificamente, foi o suficiente para que as pessoas que não dominavam sobre o assunto, encarasse como uma realidade, diminuindo os índices de vacinação de MMR no Reino Unido e, mais tarde, ao redor do mundo. Na Europa, uma epidemia de sarampo resultante da queda da imunização teve ao menos 500 infectados no primeiro trimestre deste ano e deixou as autoridades em alerta. Em 2004, o Instituto de Medicina dos EUA concluiu que não havia provas de que o autismo tivesse relação com o MMR, porém, até a atualidade, existe movimento antivacinas por todo o mundo, ainda sendo um problema de saúde pública mundial. Mas e se a população soubesse na época a melhor definição de hipótese científica, isso teria acontecido? E se a pesquisa difícil de ser entendida de artigos científicos, fossem mais acessíveis para a população, existiria ainda movimentos antivacinas? Provavelmente você já sabe todas as respostas para essas perguntas.
Para evitar que tipo de problemas como esse sejam recorrentes, a divulgação/comunicação científica tem ganhado cada vez mais importância nos dias atuais. A divulgação científica ou popularização da ciência, são as atividades que buscam fazer uma difusão do conhecimento científico para públicos não especializados. A divulgação científica é fundamental para o desenvolvimento da ciência, uma vez que ela é responsável pela circulação de ideias e divulgação de resultados de pesquisas para a população em geral. Desta forma potencializando o debate científico e instigando novos talentos para atividades de ciências, além de ajudar no combate contra propagação de conteúdo científico fake, um problema encontrado constantemente hoje em dia nas redes sociais, através da disseminação das chamadas "fake news". Existem vários comunicadores científicos que foram e são importantes para essa vertente da ciência, como por exemplo o pesquisador Carl Sagan, foi um dos principais nomes da comunicação científica durante a segunda metade do século XX, especialmente após a série televisiva Cosmos, onde ele compartilhava conhecimentos da astronomia e astrofísica de uma forma didática e divertida.
Para saber mais, assista o primeiro episódio Neurolab em nosso Canal:
Massarani, Luisa; et al. (2002). Ciência e Público: caminhos da divulgação científica no Brasil (PDF). Rio de Janeiro: Casa da Ciência – Centro Cultural de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 232 páginas. ISBN 85-89229-01-7. Consultado em 22 de novembro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 3 de dezembro de 2013
Massarani, L., de Abreu, W. V., & Norberto Rocha, J. (2019). Apoio a projetos de divulgação científica: análise de edital realizado pela Fundação Oswaldo Cruz. RECIIS, V.13(2): 391-410. http://dx.doi.org/10.29397/reciis.v13i2.1646
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