Neurocinema: como pode nos influenciar?

Wednesday, 03 de June de 2020

 



Você já parou para pensar na capacidade de influência cerebral os filmes podem ter sobre nós? Daí surge o Neurocinema, que relaciona em como assistir filmes ou cenas específicas de filmes podem afetar nosso cérebro, ou seja, a resposta que o nosso cérebro tem a qualquer filme ou cena. O termo neurocinema vem de neurologistas que estudam quais partes de um filme podem ter mais controle sobre o cérebro do espectador. 




A Neurociência, como bem sabemos, é uma área multidisciplinar que abrange muitas áreas de estudo sobre o sistema nervoso. Sendo indiscutivelmente bem ampla, tem-se evoluído para unir áreas que podem estar intimamente relacionadas, com algum foco em específico, a exemplo de: Neuroanatomia, Neurodesenvolvimento, Neurolinguística, Neurogenética, Neuropsicologia, Neurociência cognitiva, computacional, dentre várias outras. 
 
Atualmente, vemos que esta também está sendo aplicada cientificamente juntamente com outras áreas, que até então não conversavam, como a exemplo de: Neuromarketing (que trata de como nosso cérebro pode de comportar diante a algumas sacadas do marketing), Neuroeconomia (que pega conceitos básicos de economia e vê a questão comportamental do indivíduo, a nível cerebral), Neurofeminismo (que trata de questões de produção científica feminina na área de neurociência) e Neurocinema, do qual este blog faz referência. Geralmente são áreas de estudo separados, que se unem para explicar um determinado fenômeno, tópico, comportamentos e percepção.
 
Por sua vez, antes de entrarmos na aplicação do Neurocinema, é válido lembrar sobre o próprio cinema. O cinema, também chamado sétima arte, ou, em certos contextos cinematografia, pode ser definida como a técnica e a arte de fixar e de reproduzir imagens que suscitam impressão de movimento, assim como a indústria que produz estas imagens e como ela chega em nós, telespectadores. Além disso, o cinema vem sendo utilizado como uma ferramenta em algumas enfermidades, principalmente em neurológicas, com o intuito de ter efeito nos participantes de modo a diminuir a dosagem das medicações ou até mesmo contribuir para o desmame dessas medicações.
 
Assim, o cinema cumpre seu papel de transmitir algo ao telespectador. Mas até que ponto isso pode nos influenciar? Nosso cérebro pode ser influenciado por isso? Como somos modulados a partir de cenas que assistimos? 
 
Bem, as cenas que assistimos nos filmes passam pelo nosso sistema visual e assim essa informação chega no nosso cérebro para ser processada e assim refletir sobre nossa percepção, reação, emoção. Com isso, nossos olhos teriam um papel importante na formação da nossa percepção, no que temos como conhecimento de mundo e para termos um referencial, do qual possamos partir e se envolver com a história contada no filme e assim, de alguma forma, sermos modulados. O neurocinema estuda justamente como nós somos modulados e como usar as cenas para um determinado objetivo.
 
Para verificar como as cenas, os filmes como um todo, podem ter influência na nossa percepção, são utilizados ferramentas metodológicas nos estudos, que nos permitem saber como ocorre a resposta no nosso cérebro. Assim, faz-se muito o uso de fMRI (Ressonância Magnética) e de EEG (eletroencefalograma), onde este último acaba que sendo uma ferramenta mais acessível pelo preço e facilidade de uso, além da sua excelente resolução temporal. 
 
Então, basicamente os estudos são em torno de se passar um estímulos visuais (cenas de filmes) aos participantes dos estudos e vê qual a resposta que nosso cérebro dá, quais áreas são ativadas, qual  a consequência dessa ativação no nossa cabeça e no corpo, além de ser feito também um questionário com os envolvidos e conferir as informações relatadas com o sinal captado pela ferramenta metodológica utilizada. A partir disso, vai se criando correlações e surgindo novas perguntas para novos estudos. 


Referências


ALBERTO, Vélez van Meerbeke. Neurociencia y cine. Editorial Universidad del Rosario, 2019.
 
CHA, Ho-Seung et al. EEG-based neurocinematics: challenges and prospects. Brain-Computer Interfaces, v. 2, n. 4, p. 186-192, 2015.
 
GALKINA, N. V. et al. Methodological aspects of enactive Neurocinema creation. Opera Medica et Physiologica, n. S1, 2016.

The content published here is the exclusive responsibility of the authors.

Autor:

Beatriz Carvalho Frota

#eegfmri #eegnirscombined #eeglatam #eegdataanalysis #formri #attentionperceptionaction #attentioncontrolconsciousness #culturalneuroscience #neuroart #eegfmri #eegnirscombined #eeglatam #eegdataanalysis #formri #attentionperceptionaction #attentioncontrolconsciousness #culturalneuroscience #neuroart