Um novo "NORMAL"?

Tuesday, 18 de January de 2022

Mudança de rotina...mudança de realidade... mudança de conceitos... seria a hora de reconceitualizar a normalidade?

No final de 2019 foi noticiada uma nova doença respiratória viral, a COVID-19, iniciando na China e espalhando-se rapidamente pelo mundo. Embora a maioria dos infectados não chegue a óbito, a taxa de mortalidade é estimada entre 2 e 3%; O nosso modelo de sociedade exige um o intenso fluxo de pessoas e mercadorias, devido isso o vírus foi rapidamente disseminado e, em no mês de março de 2020,  a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a doença como uma pandemia devido ao crescente índices de casos confirmados e mortes registradas em todo mundo.

MUDANÇA DE ROTINA? RESTRIÇÃO SOCIAL? EXCESSO DE INFORMAÇÕES DESAGRADÁVEIS?

A quarentena embora seja a principal medida de segurança, conhecida atualmente, para prevenir a propagação da COVID-19, ela acaba afetando questões relacionadas aos efeitos psicológicos a longo prazo de tal medida, pois, assim como muito se tem falado sobre os possíveis impactos econômicos dessa, é importante também destacar os grandes impactos na saúde mental.

Segundo a OMS (2017) a prevalencia mundial do transtorno de ansiedade (TA) é de  3,6%, o que corresponde a cerca de 264 milhões de pessoas. No Brasil, esse transtorno tem índices altissimos, e atualmente alcança 9,3 % da população, isso tudo antes antes da pandemia. Atualmente, as pesquisas veem demonstrando que no período de quarentena os casos de ansiedade e depressão mais do que dobraram, impactando fortemente a qualidade de vida das pessoas. Os sintomas psicológicos mais comuns são apreensão, medo, angústia, inquietação, insônia, dificuldade de concentração, incapacidade de relaxar, sensação de estar no limite, preocupação excessiva com o futuro, pensamentos distorcidos, entre outros

Além disso, vale salientar que essas novas situações podem ser encaradas por algumas pessoas como um evento traumático, atraindo a necessidade de olharmos com cuidado não apenas
durante a pandemia, mas também para o “retorno à normalidade”, para o "pós trauma".

É justamente nesse “pós pandemia” que deve-se pensar em como se apresentará nossa “nova sociedade”. O que será definido como normal; Como as pessoas irão se comportar em público; de quem elas irão se aproximar ou não; como serão as próximas datas e reuniões comemorativas; como se apresentará as emoções da população?

Além de todos os impactos econômicos, sociais, educacionais, comportamentais, psicológicos e neuropsicológicos, provavelmente um novo conceito de “normal” e uma nova forma de olhar o mundo está por vir. O cérebro humano está pronto para essa adaptação?

Como já dizia John Lennon:

“Eu tenho o maior medo desse negócio de ser normal”.


Referências

CUCINOTTA D; VANELLI M.; WHO Declares COVID-19 a Pandemic. Acta Biomed, n. 91, v. 1, p. 157–160, 2020.

LI, W, et al. Progression of Mental Health Services during the COVID-19 Outbreak in China. International journal of biological sciences, v. 16, n. 10. p. 1732-1738, 2020. 

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE - OMS. Depression and other common mental disorders: global health estimates. Geneva:WHO, 2017.  Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/254610/1/WHO-MSD-MER-2017.2-eng.pdf. Acesso em 15 de abr. 2020.

SINGHAL, T. A Review of Coronavirus Disease-2019 (COVID-19). Indian journal of pediatrics, v. 87, n. 4. p. 281-286, 2020.

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Autor:

Livia Nascimento Rabelo

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