Rituais, são ritos de passagem entre uma situação prévia e outra nova, que assumirá o lugar. Um grande exemplo é o ritual do casamento, onde saímos de um status social de solteira (prévio) para outro casada (novo).
Os rituais têm o papel de identificar uma transição, uma passagem ou mudança.
Podemos então trazer como exemplo e comparar esse momento de pandemia e isolamento social, como o ritual de passagem entre um modo acelerado de viver, para outro, onde é necessário cuidar de si e dos seus. Desacelerar, olhar para dentro, repousar e redescobrir novas formas de viver.
Um exemplo de modificação social associado aos rituais tem sido a adaptação de empresas em home office, em que na maior parte dos casos os colaboradores precisam manter o ritual de vestimenta, mesmo dentro de casa.
Outro grande exemplo têm sido as religiões, solicitando que os fiéis realizem seus rituais por completo, simulem a realidade da igreja em suas próprias casas, como no exemplo da santa ceia. Isso é bastante interessante e é caracterizado como ritual, ainda que haja resistência na aceitação do termo.
A verdade é que existem algumas crenças limitantes que “fazer rituais” está associado à misticismo. A verdade é que quando nos permitimos expandir e compreender o que a palavra ritual envolve, geralmente o sentimento é de reconhecer a importância deles e começar a praticar uma vida mais ritualística.
Ritos de transição facilitam a absorção pelo cérebro do que está por vir, como uma adaptação prévia e preparação ao novo, mantendo a capacidade de autorregulação e equilíbrio emocional.
Considerando o contexto educacional, é possível atribuir entre as aulas, técnicas de relaxamento, alongamento, movimento, etc a depender do tipo do grupo. Tais técnicas tem a finalidade de manter o cérebro conectado e facilita a neuroplasticidade entre áreas, aumentando integrações sensoriais.
Quando há um espaço de repouso ou modificação de estímulos, antes de iniciar uma nova atividade, o cérebro relaxa, consolida e se prepara para um novo momento, permitindo a atuação mais integrada da memóŕia de trabalho e processos atencionais.
Rituais compreendem simbologias presentes no espaço cujo significado está para os sujeitos que interagem dentro de uma determinada realidade como o espaço escolar. Para tal, é preciso adequação da estrutura de ensino.
O rito ou ritual pode ser considerado um conjunto de atividades organizadas, no qual as pessoas se expressam por meio de gestos, símbolos, linguagem e comportamento, transmitindo um sentido coerente ao ritual.
Confúcio afirmou que os ritos, apesar de terem uma natureza meramente formal, são operantes e eficazes na transformação dos seus praticantes, que vão retendo, aos poucos, os valores morais que dão sentido aos ritos.
Percebemos então que a utilização de rituais como transição de atividades, compreende benefícios neurais e sociais, desde que os participantes estejam prontos e abertos para o lugar do novo. Portanto, os ritos passam a ser compreendidos como fundamento de transição cultural e civil em análise social (macro) e também a nível de autorregulação emocional (micro).