A neuroeducação vem sendo um assunto discutido em decorrência da sua importância para a sociedade. Falando sobre a relação do sistema de aprendizagem na primeira infância, deve-se ressaltar a capacidade que a educação tem para mudar a sociedade. Visando o futuro, já é comprovado que o investimendo na educação, para crianças de até 6 anos, traz resultados significativos. Para entender o significado disso, você sabia que até a efetividade do médico obstetra interfere no desenvolvimento cerebral?
Na barriga da mãe, no pré-natal, diversos processos são essenciais para a vida do ser humano e a formação do sistema nervoso, do cérebro e de funções vitais preparam o individuo para o nascimento. Quando a criança nasce, temos uma visão de um ser muito frágil e que nasce sofrendo... e é isso mesmo! O primeiro contato vem com o brilho da luz, ruídos, ar entrando no pulmão,odores, etc. Em todo o processo, um nascimento realizado de forma efetiva permite que o bebê se adapte melhor com os fatores externos e, consequentemente, na facilidade do cérebro se adaptar ao novo mundo[1].
A partir disso, as experiências do bebê no dia a dia influenciam no desenvolvimento do seu cérebro. A neurogênese(formação de novos neurônios) e a sinaptogênese (conexão dos neurônios) potencializam a possibilidade da estrutura do cérebro se modificar, ou seja, proporcionar a plasticidade[2]. Funções como afetividade e memória são essenciais para esse desenvolvimento pois, caso uma criança seja privada de uma emoção, pode ocorrer a morte de neurônios e, consequentemente, influenciar no desenvolvimento do cérebro[3].
Canções de ninar, conversas da mãe com o filho, ruídos são atividades que auxiliam a criança a produzir e decodificar os sons da fala e, assim, constituir a base da fala pela modificação dos circuitos neurais responsáveis no período sensível[4]. Ainda nesse período, com as experiências externas, o bebê desenvolve as habilidades motoras e perceptivas.
O sistema motor é um dos primeiros a se consolidar pois o bebê ensaia movimentos desde o ventre materno. Para descobrir o seu corpo, o bebê deve realizar diversas atividades nos primeiros meses que vão proporcionar uma maior maturação do sistema nervoso e cérebro. O sono também é responsável pelo desenvolvimento do cérebro e consolida a aprendizagem de caratér bioquímico, a consolidação da memória de longo prazo se realizada quando o cérebro passa pelo sono profundo(REM) e isso ocorre ja na primeira infância.
Nutrição, afeto, sono são fundamentais para a condução de informação cognitiva, motora, emocional, etc. Com todo esse enbasamento teórico e associando com a neurociência, agora entendermos o porque realmente importa saber treinar o cérebro para experiências e aprendizados. Quer umas dicas de como estimular o cérebro do seu recém nascido? De uma olhada nas brincadeiras e estímulos citadas no vídeo abaixo
Caso você realmente tenha entendido, começamos a enxergar diversas falhas que ocorreram no nosso sistema de aprendizado, desde quando éramos crianças. Será que você seria uma pessoa de mais sucesso? Em paralelo, começamos a nos questionar sobre o que ocorre no mundo de hoje: Queremos seres humanos proativos, com muitas habilidades... mas será que não reprimimos as nossas crianças durante a sua educação? A criança está no mundo de exploração, onde a curiosidade e afetividade devem ser desenvolvidas. Regras e educação devem ser revisados por muitos educados, para não falharem na missão deles: desenvolver crianças mais preparadas para o mundo!
Referências
[1] Cerebrum., Primeira infância: um olhar desde a neuroeducação. 2010. Washington, EUA
[2] Stuart Shanker. “Self-Regulation: Calm, Alert, and Learning”. Education Canada. Vol. 50 (3). Canada,2010.
[3] Felitti et al. “Relationship of Childhood Abuse and Household Dysfunction to Many of the Leading Causes of Death in Adults: the Adverse Childhood Experiences Study”. American Journal of Preventive Medicine 14 (4): 245-258.
[4] A. Newman, D. Bavelier, D. Corina, P. Jezzard, H. Neville. “A critical period for right hemisphere recruitment in American sign language processing”. Nat Neurosci, 2002; 5: 76-80.
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