O que Abraham Lincoln, Stephen Hawking e Beethoven têm em comum?

Sunday, 22 de March de 2020



Abraham Lincoln, Stephen Hawking, Beethoven, Shakespeare, Oscar Wilde, Newton, Einstein, entre vários outros nomes notáveis têm algo em comum: todos eles jogavam xadrez. Um dos esportes mais antigos do mundo foi e é popular entre as mentes mais brilhantes da humanidade.




Desde o século passado, alguns estudos comprovaram que o xadrez não é apenas um jogo para intelectuais, ele pode turbinar o seu cérebro! Diferentes estudos relacionam o jogo de xadrez com atenção, memória de trabalho, metacognição, leitura e escrita, raciocínio lógico-matemático, flexibilidade, planejamento, tomada de decisão, concentração, capacidade de analisar, sintetizar e resolver problemas, autocontrole e autoavaliação.

Alguns autores relatam que a motivação é essencial no processo de aprendizagem. Um estudo de 2017 realizado com alunos de anos iniciais mostrou que a inserção do xadrez teve maior impacto eficaz nas crianças que disseram estar infelizes e entediadas. Ele possibilita também que as habilidades adquiridas no jogo de xadrez podem ser estendidas a habilidades não relacionadas a ele. Além disso, alguns estudos mostram que o xadrez é capaz de estimular a sociabilidade, autoconfiança, autoestima e organização metódica e estratégica dos estudos. Vários desses estudos foram possíveis por conta de tecnologias como EEG, rastreamento ocular e fMRI.
 
Ainda, o xadrez já foi objeto de estudo em diferentes contextos de reabilitação. Ele é capaz de auxiliar no processo de recuperação de dependentes químicos, crianças com dificuldades de aprendizagem e idosos com declínios cognitivos. Outro caso de sucesso de reabilitação foi de Eugene Brown, um ex-detento que iniciou um clube de xadrez nos Estados Unidos para ajudar a afastar jovens da criminalidade e foi inspiração para o filme Jogada de Rei (2014).



Você pode achar o xadrez um jogo muito complexo, mas garanto que você só precisa saber as regras de movimentação. Depois, é só praticar. Veja como não é um bicho de 7 cabeças:


 
 
Referências

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Autor:

Rafaela Rossini Rosa

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