NEURORESILIÊNCIA - Fundamentos neurocientíficos para permanecer forte e treinar seu cérebro a enfrentar o COVID-19

Wednesday, 01 de June de 2022

Você sabe o que significa resiliência? Sabe como se comporta o cérebro de uma pessoa resiliente? Já ouviu falar em neuroresiliência?

A Associação Americana de Psicologia define o termo resiliência como “o processo de boa adaptação diante de adversidades, traumas, tragédias, ameaças ou fontes significativas de estresse”. Dessa forma, estudos recentes mostram que a resiliência pode ser treinada ou facilitada por meio do exercício físico, do suporte social e do treinamento mental [1, 2, 3].

Existe uma maneira de medir quão resiliente uma pessoa é? SIM. A resiliência pode ser quantificada e avaliada por meio de escalas [3, 4]. Geralmente é essa avaliação é realizada através da aplicação de questionários que contempla construtos relacionados, como por exemplo otimismo, proatividade, auto-estima, auto-eficácia, flexibilidade, controle de emoções, controle de Impulsos, empatia, tenacidade, entre outros.
 
Dessa forma, surge o termo “neuroresiliência”, que basicamente aborda a utilização de princípios da neurociência para treinar o cérebro a se tornar mais resiliente. Essa concepção foi abordada pelos autores Rick Hanson e Forrest Hanson, no livro “O poder da resiliência” [5]. Mas qual a importância da neuroresiliência para as nossas vidas? 

Neuroresiliência e o coronavirus (SARS-CoV-2)


Como bem sabemos, vivemos atualmente uma pandemia mundial causada pelo coronavírus, que vêm ocasionando diversos impactos sociais e econômicos nas últimas semanas. Manter uma fonte de calma, força e felicidade nesse período é primordial, pois só assim iremos enfrentar esse momento histórico tão delicado e, posteriormente, conseguir se reerguer e seguir em frente.



Rick e Forrest abordam doze potencialidades interiores principais que devemos desenvolver e como elas são poderosas para uma mente resiliente. E é sobre isso que iremos nos atentar nos próximos blogs, portanto, vamos apresentar essas potencialidades e depois explanar sobre cada uma.
 

Doze potencialidades interiores principais


Aperfeiçoar nossa mente significa aperfeiçoar nosso cérebro, pois ele se modifica de forma contínua ao passo que aprendemos com as experiências vivenciadas. Quando estimulamos nosso cérebro repetidamente, nossas conexões e circuitos se fortalecem. A prática, portanto, é a melhor maneira de refinar nossa mente e aprender sobre qualquer coisa.
 
O ser humano possui três necessidades básicas: segurança, satisfação e conexão. Embora tudo o que conhecemos vem sofrendo mudança, nosso cérebro se mantém praticamente o mesmo, pois possui a mesma estrutura neurológica que propiciou nossos ancestrais atenderem às necessidades: segurança -  buscando abrigo; satisfação - arrumando comida; conexão - desenvolvendo laços com os outros [5].
 
Essas necessidades são atendidas de quatro maneiras: entendendo o que é a realidade, buscando recursos, fazendo a gestão dos pensamentos, sentimentos e ações e nos relacionando com os outros e com o mundo. Quando essas três necessidades são combinadas às quatro formas de satisfazê-las, temos as doze potencialidades interiores principais.


Podemos aprimorar esses recursos psicológicos, treinando nosso cérebro para de desenvolver essas potencialidades e se tornar mais resiliente. Qual a vantagem? Menos ansiedade e irritação, menos decepções e frustrações e menos solidão, mágoa e ressentimento. Características importantes para lidar com as situações difíceis da vida. Logo, vamos ver nos próximos blogs a relação dessas potencialidades e nosso cérebro.



Referências
[1] HUNTER, R. G.; GRAY, J. D.; MCEWEN, B. S. The Neuroscience of Resilience. Journal of the Society for Social Work and Research, v. 9, n. 2, p. 305–339, 2018.
[2] REUL, J. M. H. M. et al. Glucocorticoids, epigenetic control and stress resilienceNeurobiology of Stress, 2015.
[3] JOYCE, S. et al. Road to resilience: A systematic review and meta-analysis of resilience training programmes and interventions. BMJ Open, v. 8, n. 6, p. 1–9, 2018.
[4] KALISCH, R. et al. The resilience framework as a strategy to combat stress-related disorders. Nature Human Behaviour, v. 1, n. 11, p. 784–790, 2017.
[5] HANSON, Rick; HANSON, Forrest. O poder da resiliência. Rio de Janeiro: Sextante, 2019. 256 p.
 

The content published here is the exclusive responsibility of the authors.

Autor: Eric Grabriel
#languageprocessing #neurocognition #attentioncontrolconsciousness #cognitiveneuroscience #neuroscience #brainstimulation #neurophilosophy #motivationemotioncraving #translationalneuroscience #semioticsresearch #humancompetence #decisionmaking