NEURORESILIÊNCIA - A força da intimidade

Wednesday, 01 de June de 2022
Todos os relacionamentos envolvem algum grau de INTIMIDADE. No cérebro, múltiplas redes neurais auxiliam na criação da identificação de pensamentos, emoções e ações. A empatia é fundamental para a intimidade e ela, por sua vez, primordial para uma mente resiliente.
 
 
INTIMIDADE significa “tornar familiar ou conhecido” e ela repousa numa base de autonomia pessoal, empatia, compaixão, bondade e virtude unilateral nas relações. Ela é promovida por um forte EU em meio ao NÓS e devemos evidenciar que a concentração nos defeitos dos outros concebe impasses e ressentimentos.
 
EU E NÓS
 
A intimidade é diretamente proporcional às recompensas e aos riscos. Para termos mais de NÓS é necessário se centrar no EU. A forte percepção de autonomia propicia uma intimidade maior. Temos que ter consciência que recuar nos ajuda a ir adiante. Dessa forma, autonomia e intimidade nutrem uma à outra e, unidas, nos tornam mais RESILIENTES.
 
O temperamento influencia a reação da autonomia dos indivíduos frente aos desafios. Diversidades naturais na extroversão/introversão e sociabilidade podem ser observadas na infância e perduram na idade adulta. Após o nascimento, começamos a explorar a independência e a individualidade e, posteriormente, criamos problemas e cometemos erros.
 
SEMEANDO A AUTONOMIA
 
Naturalmente internalizamos a maneira como nos trataram e replicamos conosco. Como podemos, então, cultivar a nossa autonomia? Não é relevante por onde você deve começar, pois existem muitos jeitos eficazes de fortalecer a concepção saudável do EU em meio ao NÓS:
Foque na sua própria experiência
Imagine limites entre você e os outros
Declare sua autonomia dentro de si
Busque e chame aliados interiores – identifique os que estão ao seu lado, o que vai ajudá-lo a se defender.
 
EMPATIA
 
A empatia é necessária para a INTIMIDADE e tem a ver com se sintonizar com as outras pessoas e entendê-las. Ela nos permite entender tons e nuances, perceber as reais intenções, identificar a mágoa atrás da raiva e notar o ser pelos olhos do outro. A empatia sintetiza pontes em meio às diversidades do mundo multicultural e é peça chave em conflitos ou para se relacionar com pessoas de quem não gostamos.
 
No nosso cérebro, a empatia é facultada por três sistemas neurais afinados com:
Pensamentos: o córtex pré-frontal possibilita a compreensão das convicções, dos valores e dos planos das outras pessoas.
Emoções: a ínsula é acionada quando notamos os sentimentos dos outros.
Ações: as redes em espelho são ativadas tanto quando realizamos um movimento como quando vemos outra pessoa realizando.
 
Logo, essas regiões cerebrais cumprem duas tarefas: REGULAM nossos pensamentos, emoções e ações e, ao mesmo tempo, AJUDAM no entendimento dos outros de dentro para fora. 
 
Geralmente pensamos que a empatia simplesmente existe: TEMOS ou NÃO TEMOS. Contudo, podemos desenvolvê-la ou ampliá-la. De que forma?
Mergulhando fundo dentro de si – aumentar a autoconsciência, sobretudo das camadas mais profundas da experiência, aperfeiçoa a consciência sobre os outros.
Saindo de seu ponto de vista – adentrando no universo interior de outra pessoa.
Aumentando sua “competência cultural” – se tornar hábil e entendido sobre pessoas que não pertencem ao nosso grupo, nossa bolha. 
Prestando atenção – utilizar o esforço consciente para manter a atenção.
Mantendo-se aberto.
Acompanhando pequenas expressões e tons – olhe nos olhos do outro o máximo possível. Focar a atenção no tom de voz dos outros ativará o complexo do nervo vago e aprimorará sua empatia.
Sentindo sob a superfície – sinta as necessidades e dores mais profundas da outra pessoa.
Refinando seu entendimento – produza ideia específicas acerca do que acontece com o outro e teste-as buscando indícios que a confirme ou refute.
 
AQUECENDO O CORAÇÃO
 
Através da empatia é possível ter uma noção real das tristezas e alegrias dos outros. Porém, essa noção em si não é compaixão nem bondade, que devem ser acrescentadas à empatia para se fazerem presentes. A compaixão pressupõe sofrimento, contudo não a bondade.
 
Saboreie a afetividade – mantenha a experiência de se sentir compassivo ou bondoso. Trate-a como importante, se abra para ela e sinta-a inundar seu corpo.
Reconheça o sofrimento – olhe para uma pessoa com que não tenha intimidade e senta os fardos que ele carrega.
Veja a humanidade comum que compartilhamos.
Separe a aprovação da compaixão – É possível ter compaixão pelo sofrimento mesmo de pessoas que são a fonte do próprio sofrimento ou que prejudicaram outras.
 
VIRTUDE UNILATERAL
 
Utilizamos a autonomia, empatia, compaixão e bondade para sermos honrados e responsáveis, inclusive quando os outros não são. Concentre-se nas suas próprias ações ao invés de se perder no que os outros deveriam estar fazendo. FOQUE NO QUE VOCÊ TEM INFLUÊNCIA, VOCÊ MESMO, E NÃO NOS OUTROS.
 
Encha seu próprio copo
Deixe de lado o que distorce suas reações
Permaneça focado
Dê relevância aos pedidos e reclamações do outro
 
Sempre tenha em mente: Como me sentiria se fosse tratado da mesma forma? Quando agimos com virtude unilateral, lançamos as bases para relacionamentos saudáveis, cooperativos e gratificantes.


 
Referências
HANSON, Rick; HANSON, Forrest. O poder da resiliência. Rio de Janeiro: Sextante, 2019. 256 p.

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Autor: Eric Grabriel
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