Neuromitos! Precisamos desmistifica-los!

Wednesday, 19 de January de 2022

Um mito é algo que muitas pessoas pensam ser verdade, mas de fato não são. Quando falamos de um mito associado ao cérebro, o chamamos de Neuromito, este é uma afirmação sobre o cérebro que é considerada verdadeira por muitas pessoas, mas não é. Existem muitos Neuromitos, como o de que usamos apenas 10% de nossos cérebros, ou que cabeças grandes são sinal de inteligência, ou ainda que nossos cérebros fica inativo enquanto dormimos. Um problema é que muitas vezes esses “equívocos” relacionados ao cérebro são cometidos por professores, e, acabam influenciando a forma que os alunos aprendem e entendem seu cérebro. Então, que tal desmistificar um pouco alguns deles?

 

#Neuromito 01 – CABEÇA GRANDE É SINAL DE INTELIGÊNCIA!

Por muito tempo a ideia de que “as pessoas que tem cabeça/cérebro maior são mais inteligentes” foi bastante disseminada, no entanto, essa suposta associação também foi sujeita a intenso debate e controvérsia, e, hoje sabe-se que a inteligência humana está mais relacionada com a forma estrutural desse órgão, do que com o seu tamanho. Primeiramente, cérebros considerados grandes são aqueles que ultrapassaram o teto aparente de 700 gramas na evolução da massa cerebral.

 

Vale destacar também, que estudos feitos com mamíferos, foi possível identificar que cérebros maiores não vêm necessariamente com mais neurônios - mas vêm de maneira bastante uniforme com neurônios maiores no resto do cérebro, e não existe uma regra de escala única que relacione o número de neurônios no restante do cérebro com a massa corporal. Até porque se pensássemos dessa forma, elefantes seriam mais inteligentes que macacos ou que seres humanos? Outros estudos também mostraram que os homens, apesar de terem um cérebro de tamanho maior quando comparado as mulheres, não tem habilidades cognitivas superiores (em testes de QI). Dessa forma, um cérebro gigante não garante um bom resultado em habilidades cognitivas, visto que, o cérebro humano é bastante complexo para reduzi-lo apenas a dimensões quantitativas.

 

#Neuromito 02: USAMOS APENAS 10 % DO NOSSO CÉREBRO!

O Neuromito de - “nós usamos apenas 10% do nosso cérebro”, é um dos mais prevalentes, porém, ele é falso. Na verdade, usamos nosso cérebro está ocupado 24 horas por dia.

                                                                           
Fonte: Estúdio da mente (2020)

Então, USAMOS 100% DO NOSSO CÉREBRO! Mas, considere esse termo como sinônimo de atividade neuronal. E fazemos isso o tempo inteiro, para fazer das tarefas simples às mais complexas. Isso pode ser comprovado com exames de Neuroimagem como ressonância magnética funcional.

 

#Neuromito 03: O CÉREBRO FICA INATIVADO ENQUANTO DORMIMOS!

 

Descansar é muito importante para que o cérebro possa guardar informações acumuladas durante todo o dia. Mas, é importante destacar que o cérebro descansa, mas não para! Diversos estudos mostram que apesar do cérebro descansar enquanto dormimos, não deixa de trabalhar.

 

#Neuromito 04: MENINAS E MENINOS NÃO PENSAM DA MESMA FORMA!

A ideia que meninas nascem para ser melhores em algumas atividades e os meninos nascem para ser melhores em outras é bastante comum também. Mas, assim como os outros Neuromitos esse também é falso!

                                                                           Fonte: Dreamstime (2020)

Comumente, acredita-se que as meninas se destacam em coisas mais criativas, decorativas por exemplo, já os meninos são melhores em coisas técnicas, práticas, como matemática. Para exemplificar, um estudo com crianças com idades entre 8 e 9 anos, demonstrou que não há diferença em como as meninas e os meninos se saem na matemática, mas as meninas (e seus pais) avaliam sua capacidade matemática como sendo inferior à dos meninos. Isso sugere que o que as pessoas acreditam pode ter impactos reais na maneira como as crianças se veem, e isso pode afetar diretamente seu desempenho real.

Os Neuromitos são importantes porque afetam os pensamentos e o comportamento das pessoas, podendo mudar a forma como vemos e pensamos. Dessa forma, precisamos ter cuidado com o que divulgamos e sempre ter um pensamento crítico sobre o que ouvimos, pois, nem tudo pode ser dito como uma verdade imutável. Na verdade, QUANDO FALAMOS DE NEUROCIÊNCIA NADA É IMUTÁVEL NÃO É MESMO?


Referências

HERBERT, J.; STIPEK, D. The emergence of gender differences in children’s perceptions of their academic competence. J. Appl. Dev. Psychol. 26:276–95, 2005. Doi: 10.1016/j.appdev.2005.02.007

KNOWLAND V; THOMAS M. Neuro-Myths in the Classroom. Front. Young Minds. 8:49, 2020. Doi: 10.3389/frym.2020.00049

PIETSCHNIG, Jakob; PENKE, Lars; WICHERTS, Jelte M.; ZEILER, Michael; VORACEK, Martin. Meta-analysis of associations between human brain volume and intelligence differences: how strong are they and what do they mean?. : How strong are they and what do they mean?. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, [s.l.], v. 57, p. 411-432, out. 2015. Elsevier BV.

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Autor:

Livia Nascimento Rabelo

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