Sempre é citado que o poder da educação em mudar o mundo! Até onde podemos associar o aprendizado com os valores sociais?
Fonte: Edify Education
O vínculo do cérebro com a aprendizagem necessita de uma reestruturação da prática pedagógica e, por isso, a neuroeducação surge com grande potencial para ser implementada. Trazer diferentes agentes educacionais e recursos que possam aprimorar o aprendizado é um desafio para a sociedade que visa resultados significativos na formação e desenvolvimento de uma criança.
Questionar a educação em valores é questionar a nossa própria educação pois pensamos sempre em melhorar a educação para que os alunos atinjam determinados valores que, teoricamente, a educação tradicional não conseguiu cumprir com seu papel. Eu não sei vocês, mas acredito que podemos mensurar a educação das nossas crianças através do desenvolvimento de um cidadão que tenha ciência de princípios como ética, empatia, dignidade, respeito e caráter... Enxergar não apenas o seu crescimento pessoal, mas sim vislumbrar ser um colaborador do ambiente social.
Como já citado, um dos grandes métodos que visam contribuir para alcançarmos isso é a neuroeducação, com o apoio das suas tecnologias, como por exemplo o NIRS e EEG para analisar a atividade cerebral de uma criança, e de tecnologias da informação e comunicação (TIC). O uso dessas tecnologias no âmbito educacional visa promover valores como organização, autodisciplina, criatividade, liberdade e autonomia, considerando o quesito de crescimento profissional. Além disso, fator que acredito ser um dos grandes diferencias, são os valores sociais como solidariedade, luta contra desigualdades, compromisso com mudança, inovação, etc. Já pensou, se um dia termos uma sociedade com essas características.
NIRS aplicado na educação
A neuroeducação é classificada como uma neurociência cognitiva aplicada e que se baseia nos mecanismos dos processos de informação, teorias e outros fatores, mas também leva em consideração a pessoa, comi principal objetivo. O que isso significa? Significa que educação não é apenas o aluno ficar quieto numa sala de aula e prestar atenção naquela aula monótona para aprender a somar ou multiplicar... Educação se baseia na individualidade, em como o cérebro se comporta de pessoa a pessoa, quais as dificuldades de aprendizagem, o que faz uma criança ser hiperativa e a outra não.
É uma conjuntura, que evita a rotulagem de alunos atípicos, como os superdotados ou os autistas, e visa descobrir como as bases cerebrais nos predispõem a agir de uma forma que visa a felicidade das pessoas, o bem da sociedade e , de forma geral, estabelecer uma série de conclusões sobre como o cérebro lida com as informações recebidas e como elas contribuem para o aprendizado de valores!
O cérebro humano tem o poder da neuroplasticidade, ou seja, tem a capacidade de se moldar e adaptar a nível estrutural e funcional, quando experimenta novas experiências. Então, através disso, fica o questionamento: diante de uma cultura engessada, cheia de vícios negativos, nós não conseguimos usar a neuroeducação para mudar o pensamento das pessoas?
Conhecer os códigos morais no cérebro parte de conhecer a si mesmo...através da imitação e repetição de comportamentos e hábitos saudáveis, o cérebro humano se molda através do diálogo e da interação, visando uma conduta do bem, de boas práticas com o próximo! E porque não podemos começar a implantar partindo das nossas crianças?
Referências
Espino-Díaz, L.; Alvarez-Castillo, J.-L.; Gonzalez-Gonzalez, H.; Hernandez-Lloret, C.-M.; Fernandez-Caminero, G. Creating Interactive Learning Environments through the Use of Information and Communication Technologies Applied to Learning of Social Values: An Approach from Neuro-Education. Soc. Sci. 2020, 9, 72.
Codina, M. J. 2014. Tesis Doctoral Neuroeducación En Virtudes Cordiales. Una Propuesta a Partir de La Neuroeducación y La Ética Discursiva Cordial.
Villardón-Gallego, Lourdes, Rocío García-Carrión, Lara Yáñez-Marquina, and Ana Estévez. 2018. Impact of the Interactive Learning Environments in Children’s Prosocial Behavior. Sustainability 10: 2138.
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