No nosso blog passado de neuroeducação nós introduzimos o conceito dessa área, sua importância e perspectivas futuras para a educação translacional. Nesse blog, iremos nos aprofundar em técnicas da neurociência aplicadas nos estudos.
O primeiro estudo que trazemos foi direcionado para metodologia de engenharia de software. Infelizmente, programação não é algo que está disponível na educação básica de todos, o que torna seu aprendizado mais difícil. Portanto, explorar essa área a nível de ir em busca de melhores forma de ensinar algoritmos é bastante oportuna.
Um estudo avaliou os ritmos cerebrais em sujeitos que programavam usando Python e Scratch, o objetivo do estudo era entender qual o melhor tipo de programação (visual ou textual), onde seria avaliado parâmetros que poderiam ser importantes para o desenvolvedor de software se engajar profissionalmente.
Indivíduos que não tinham conhecimento sobre programação foram avaliados através das mudanças dos Estados mentais pelo eletroencefalograma (EEG).
Dividiu-se em sessões, na primeira os indivíduos tiveram uma introdução de 2 horas a programação do Scratch e Python. A segunda foram feitas entrevistas individuais e a terceira se deu aos sujeitos realizarem a tarefa enquanto eram observados e analisados por EEG. O estudo mostrou interesse em ambas as formas de programação, e ainda encontrou correlação entre os ritmos cerebrais e o tempo de resolução.
Saindo do campo das tecnológicas e indo percolando pelas biológicas, temos um estudo que aplicou EEG no ensino da disciplina de anatomia. O método a ser avaliado foi o just-in-time (JiTT), onde primeiramente há exercícios antes da aula com questões básicas para que depois o aluno consiga se concentrar em conceitos mais complexos.
O estudo examinou as mudanças de amplitude do N250 e os eventos de positividade da recompensa (comportamental) associado ao potencial cerebral relacionado (ERP). Os alunos tinham que acertar as estruturas anatômicas que apareciam no computador.
O estudo viu que conforme os alunos acertavam as estruturas anatômicas, a amplitude do N250 aumentava junto com feedback positivo, a amplitude da resposta do ERP diminuiu, logo o estudo sugere que o ERP pode ser usado como uma forma de rastrear a aprendizagem e sua retenção.
Nesse blog, nos aprofundamos mais em como os resultados dos estudos de neuroeducação utilizando ferramentas dão melhores insights nas metodologias de ensino, definitivamente, é uma transformação na forma abordaremos a educação no futuro.
Referências:
DOUKAKIS, Spyridon et al. Assessing attention in visual and textual programming using neuroeducation approaches. In: Proceedings of the 23rd Annual ACM Conference on Innovation and Technology in Computer Science Education. 2018. p. 392-392.
ANDERSON, Sarah J. et al. A Reinforcement-Based Learning Paradigm Increases Anatomical Learning and Retention—A Neuroeducation Study. Frontiers in human neuroscience, v. 12, p. 38, 2018.
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