Bulimia nervosa e transtorno da compulsão alimentar (TCA) são transtornos alimentares que tem em comum uma alimentação descontrolada. É comum que os episódios desses transtornos são desencadeados por um período de jejum prolongado e por necessidade de uma recompensa.
O TCA em si tem uma prevalência de 1 a 3% da população, sendo o transtorno alimentar mais comum. Geralmente, o TCA está associado a sobrepeso ou obesidade e inicia entre os 15 e 27 anos, durando entre 4 e 8 anos.
As recomendações comuns para o tratamento estão a psicoterapia e tratamento farmacológico, que incluem antidepressivos, antiepiléticos, medicamentos antiobesidade e estimulantes. Entre as medicações mais eficazes estão o dimesilato de lisdexanfetamina, topiramato, fentermina. Um estudo também sugere que o picolinato de cromo pode auxiliar na redução na frequência da compulsão alimentar, bem como o armodafinil. Além disso, outro estudo comprovou que o mindfulness pode auxiliar na redução dos sintomas. Em geral, esses tratamentos modulam as vias dopaminérgicas pelos receptores opioides.
Figura 1 - As principais estruturas cerebrais implicadas são: PFC - córtex pré-frontal; NAc - núcleo accumbens; ATV - área do tegmento ventral; LH - hipotálamo lateral; Amy - Amygdala; Hipocampo; SN - substância nigra; Arc - núcleo arqueado; MCH - hormônio concentrador de melanina.
Um dos principais alimentos consumidos nos episódios de compulsão alimentar é o chocolate. O produto do cacau possui uma substância chamada polifenol-flavonoide, que estimula a produção de serotonina, que é um neurotransmissor que nos faz ter a sensação de prazer. Um estudo mostrou que essa ação do polifenol-flavonoide pode ser potencializada se o chocolate for consumido com atenção consciente.
Outro estudo envolvendo o consumo de chocolate utilizando estimulação transcraniana por corrente contínua mostrou que estimulação sobre o giro frontal inferior direito com estimulação catódica sobre o lado esquerdo, ao contrário do esperado, aumentou o consumo de chocolate. No entanto, outro estudo mostrou que a estimulação anodal unilateral do giro frontal inferior direito auxilia para ativar as vias neurais associadas ao controle inibitório. Assim, é possível que uma montagem diferente de tDCS seja uma grande aliada no tratamento do TCA, podendo reduzir significativamente a redução de episódios de compulsão ou até mesmo o tempo de tratamento.
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