O que você está desejando agora? O que motiva esse desejo? Quais são as emoções envolvidas nessa motivação? Sabemos que emoção é uma reação a um estímulo ambiental e cognitivo que produz tanto experiências subjetivas, quanto alterações neurobiológicas significativas e está associada ao temperamento, personalidade e motivações reais e subjetivas. Existem vários tipos de emoções como raiva, medo, alegria, satisfação, tristeza entre outras. Mas quais são os padrões de expressão emocional envolvidos no processo de criação motivacional ou de um desejo?
Todas as emoções sejam elas positivas (felicidade, alegria, satisfação e etc.) ou negativas (raiva, tristeza, angústia e etc.), estão intimamente ligadas ao desenvolvimento de alguma motivação o desejo. Os padrões de expressão emocional são altamente variados. Teóricos compilaram listas categóricas que incluem tantas oito ou 10, os chamados estados afetivos primários. O fundamento evolucionário da emoção tem um aspecto motivacional de dois fatores mais simples organização, o estímulo apetitivo ou aversivo. Por exemplo, algo ruim que está acontecendo na sua vida que causa a você emoções ruins te motiva a sair daquela situação (estímulo aversivo), ou algo que você deseja e acha que irá trazer boas emoções que também pode ser o responsável pela sua motivação (estímulo apetitivo).
Nesses caso de estímulos apetitivos, o desejo podem trazer consequências em aspectos neurofisiológicos emocionais e motivacionais, o vício. Os vícios sequestram os sistemas cerebrais que controlam o comportamento emocional e motivacional que são fundamentais para a sobrevivência adaptativa. Os estados de sentimento, como o desejo, são o componente experimental do comportamento motivacional, representando expressões conscientemente acessíveis da necessidade motivacional. Os estados de sentimento primário representam um meio elegante de manter a homeostase fisiológica, como por exemplo, sentimentos como fome, frio ou sede motivam a absorção de nutrientes (facilitando a termorregulação e reidratação) e podem ser consideradas emoções homeostáticas. Entretanto, vícios exacerbados a substâncias a hábitos nocivos ao nosso corpo podem trazer aspectos negativos a homeostase.
A natureza viciante do tabagismo, por exemplo, é ilustrada pela dificuldade dos fumantes em parar. O desejo, tipicamente vivenciado por fumantes agudamente abstinentes na abstinência, é entendido como um componente-chave no ciclo do vício. Trabalhos realizados com fumantes mostraram que o vício em fumar é atenuado ou abolido após dano focal ao córtex ínsula. Quase metade dos pacientes estudados deixou de fumar após lesão cerebral adquirida. No entanto, se a lesão envolvia o córtex ínsula, o paciente tinha duas vezes mais chances de parar de fumar do que os pacientes com danos que não afetam o córtex ínsular.
Como fazemos para estudar a relações emocionais com a motivação e desejo na neurociência? Trabalhos realizados com eletroencefalografia (EEG) mostraram certas relações entre emoções e padrões específicos de ondas cerebrais, como por exemplo, geralmente o estado de ondas Beta (14-30 Hz) é associado a emoções fortes como medo, raiva, ansiedade, alerta, atenção seletiva, concentração e antecipação (Figura abaixo). Logo, associando a utilização de EGG com tarefas motivacionais, temos um método eficiente para a avaliação desses parâmetros. A investigação da atividade neuronal no córtex pré-frontal em áreas cerebrais do sistema límbico através da técnica de eletrofisiologia invasiva também pode ser uma método utilizado para este fim, visto que essas áreas são responsáveis pelos diversos padrões emocionais.
Referências:
Cabral, J. C. (22 de março de 2018). «Uma Introdução à Neurociência das Emoções». Universo Racionalista
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