Um estudo de abrangência nacional, na Europa, realizado com mais de 900.0001 pessoas mostra que as crianças que cresceram com os níveis mais baixos de espaço verde apresentaram até 55% mais risco de desenvolver um distúrbio psiquiátrico.
Doenças neuropsiquiátricas podem estar relacionadas à experiências com a organização ambiental?
A natureza está sendo representada por aspectos do ambiente físico relevantes para o planejamento, design e medidas políticas que atendem a amplos segmentos das sociedades urbanizadas.
“O espaço verde pode promover a saúde mental, apoiando a restauração psicológica, estimulando o exercício, melhorando a coerência social, diminuindo o ruído e a poluição do ar, afetando a cognição e o desenvolvimento do cérebro, e melhorando o funcionamento do sistema imunológico5”. Além de melhorar a restauração integrativa das funções psicológicas, que contribuem para a consciência coletiva.
O mesmo estudo1 afirma que a integração de ambientes naturais no planejamento arquitetônico pode ser um método para preservar a saúde mental e reduzir o aumento da carga global de transtornos psiquiátricos.
Ainda que a vida urbana muitas vezes ofereça bom saneamento, acesso a cuidados de saúde, nutrição e educação, a proposta à exposição ao espaço verde em ambientes urbanos, visa diminuir o risco de depressão2 e esquizofrenia3, melhorar o desenvolvimento cognitivo, reduzindo a atividade neural associada a transtornos psiquiátricos4. A depressão por exemplo, apresenta um padrão de atividade que diminui a conectividade entre regiões do cérebro10 e, para o tratamento, além da contribuição ambiental que minimiza efeitos estressores no Sistema Nervoso Central (SNC), é interessante a proposta de tratamento com outras técnicas de estimulação cerebral.
Considerando outros estudos realizados na California (2015) também mostram que doses mais altas de espaço verde estão associadas a melhor saúde mental6 benefícios afetivos, bem como benefícios cognitivos. É possível que tais modificações afetem a estrutura cerebral através de associações positivas com a amígdala, que é uma região interna do cérebro, responsável pelo processamento das nossas emoções7 e está interconectada com regiões mais externas, como o córtex cerebral.
Infelizmente, nosso estilo de vida acelerado e sobrecarregado torna muito mais fácil utilizar tempo confinadas dentro de casa/trabalho e separadas da natureza, podendo contribuir para o adoecimento não consciente a longo prazo. Atualmente, grande parte da população vive em cidades mais distantes de espaços abertos. Em 1950, 30% da população mundial residia em centros urbanos; até 2030, essa porcentagem deverá exceder 70%8.
Gregory N. Bratman e seu grupo (2015)6realizaram um experimento controlado que investigou se a experiência na natureza influenciaria a ruminação (pensamento repetitivo focado em aspectos negativos do self), um fator de risco conhecido para a doença mental e foi revelado que a experiência com a natureza pode melhorar o bem-estar mental e físico.
Referências:
1- https://www.nature.com/articles/474545e
2- https://www.nature.com/articles/srep28551
3 - https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0920996418301786
4 - https://www.nature.com/articles/s41598-017-12046-7
5 - https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24387090?dopt=Abstract
6- https://www.pnas.org/content/116/11/5188#ref-19
7 - https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0169204615000286
8- https://experiencelife.com/article/nature-quest/
9 - https://ecopsicologiabrasil.com/
10 - https://kandel.com.br/treinamento-medico/o-codigo-cerebral-da-depressao-foi-decifrado/
Complementar:
https://www.pnas.org/content/112/28/8567.abstract
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