O transtorno do espectro Autista (TEA) é um distúrbio complexo e heterogêneo do neurodesenvolvimento que afeta domínios sociais, cognitivos e de linguagem, com a presença de comportamentos restritos e repetitivos, e, comprometendo a comunicação social. Embora existam diversos marcadores biológicos conhecidos, seu diagnóstico ainda é comportamental. Sendo assim, alguns estudos exploram se as medidas eletroencefalográficas (EEG) da função de rede neural predizem o surgimento de TEA. Dessa forma, o exame de EEG pode revolucionar os diagnósticos de TEA?

Nas últimas décadas têm se demonstrado um aumento significativo nos diagnósticos do Autismo. Este possui causas genéticas e ambientais bastante variadas, com diversas trajetórias e subtipos cognitivos, comportamentais e neurais. Como o TEA é comportamental e não é biologicamente definido, um diagnóstico formal de TEA antes dos três anos de idade (antes da criança ir à escola) é bastante desafiador. Com isso, é importante destacar que quanto mais cedo o diagnóstico é feito, a intervenção é mais eficaz, pois, permite um desenvolvimento mais funcional.

Dessa forma, muitas pesquisas tem se dedicado a encontrar biomarcadores para detecção precoce do TEA, abaixo segue algumas das descobertas já feitas:

• Alguns estudos demonstram modelos baseados no desenvolvimento atípico da conectividade neural do cérebro;
• Pesquisas sugerem o envolvimento de redes somatossensoriais, modo padrão, visual e subcortical nesse distúrbio;
• Outros estudos sugerem uma diminuição na substância branca nesses em adultos com TEA;
• Outros achados sugerem uma significativa heterogeneidade de genes no Autismo;

ENTÃO, MUDANÇAS NEUROLÓGICAS NÃO FALTAM NÃO É MESMO?

Além dos biomarcadores descritos, uma exame que pode auxiliar nesse diagnóstico precoce do Autismo é o eletroenceflograma (EEG). Este é uma ferramenta de medição cerebral de baixo custo, fácil manipulação, e que atualmente está sendo cada vez mais explorada como uma ferramenta clínica potencial para monitorar o desenvolvimento atípico do cérebro. Dessa forma, medidas de EEG vem sendo utilizadas em pesquisas para avaliação do TEA. Alguns estudos demonstraram que a previsão do resultado do diagnóstico clínico de crianças com TEA ou que não possuem TEA foi altamente precisa ao utilizar medidas de EEG.
                                                                      

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Referências

BOSL, William J.; TAGER-FLUSBERG, Helen; NELSON, Charles A. EEG analytics for early detection of autism spectrum disorder: a data-driven approach. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 1-20, 2018.

DICKINSON, Abigail et al. Early patterns of functional brain development associated with autism spectrum disorder in tuberous sclerosis complex. Autism Research, v. 12, n. 12, p. 1758-1773, 2019.

VARCIN, Kandice J.; NELSON III, Charles A. A developmental neuroscience approach to the search for biomarkers in autism spectrum disorder. Current opinion in neurology, v. 29, n. 2, p. 123, 2016.