Caracterização do Autismo

Tuesday, 18 de January de 2022


Autismo: apenas uma palavra. Não uma sentença.” (Zazzle)

 

Segundo a American Psychiatric Association (2013), as características principais para o diagnóstico do Autismo são: prejuízos persistentes e sustentados na interação e comunicação social; padrões de comportamento, interesse e atividades restritas e repetitivas. Além disso, muitas pessoas diagnosticadas com TEA possuem comprometimento na linguagem e/ou intelectual. A presença desses comportamentos deve prejudicar o funcionamento diário do indivíduo e estar presente desde a infância. É possível perceber um aumento significativo na frequência com que esse transtorno têm sido diagnosticado nos últimos anos, como também, que este afeta desproporcionalmente pessoas do sexo masculino.

Atualmente, os dados demonstram que esse transtorno é 4 vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Mesmo não sabendo exatamente quais são as causas disso, é sabido que a maioria dos distúrbios do neurodesenvolvimento é mais prevalente em homens, incluindo transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno desafiador de oposição (TDO) e deficiência intelectual. Algumas teorias buscam explicar essa desproporção baseando-se em diferenças genéticas e / ou neurobiológicas dos dois sexos. No nosso estudo mesmo vamos perceber que a amostra masculina é bem maior e por isso ela não entrou em um dos parâmetros analisados. É importante também destacar que a predisposição genética desse distúrbio se mostra bastante prevalente. Estudos demonstram que o risco de recorrência do TEA entre irmãos é em torno de 20%. Além disso, ele também tem bastante influencia ambiental.

Também percebeu-se que crianças com diagnóstico de TEA apresentam dificuldades no processamento sensorial. Esta, refere-se à maneira como o sistema nervoso gerencia informações recebidas de órgãos sensoriais (visual, auditiva, olfato, gosto, tátil, propriocepção e informações vestibulares). Esse comprometimento afeta a organização adequada dos estímulos e as respostas comportamentais esperadas, podendo contribuir para prejuízos nas funções integrativas em nível superior.

Vários estudos compararam o desempenho de indivíduos com e sem diagnóstico de TEA com relação às funções executivas e verificaram um comprometimento significativamente maior em indivíduos com TEA. A principal área do cérebro responsável por essas funções é o lobo frontal, especialmente a área pré-frontal, onde está localizado o córtex pré-frontal dorsolateral que é exatamente a área que vamos trabalhar nesse estudo e que tem se demonstrado muito importante para o Autismo.

Com isso, apesar de serem encontrados marcadores neurais, seu diagnóstico ainda é clínico. VOCÊ JÁ PENSOU O PORQUE DISSO? Isso porque muitas regiões parecem estar envolvidas no TEA, mas, ainda não conseguiram identificar um padrão claro que possa servir de embasamento pra o diagnóstico. Na idade adulta, por exemplo, o Autismo é caracterizado por diferenças neuroanatômicas em vários sistemas neurais incluindo regiões do complexo amígdala-hipocampo, córtex cingulado anterior e posterior, córtices pré-frontais dorsolaterais posteriores, cerebelo, gânglios da base, regiões fronto-temporais e frontoparietais.



Como exposto, o cérebro Autista apresenta desenvolvimento atípico e diversas regiões cerebrais estão envolvidas na sua expressividade
. São presentes diferenças neuroanatômicas neurofuncionais e de conectividade quando comparadas a indivíduos com desenvolvimento cerebral típico. Por isso a importância de identificar marcadores, alterações elétricas, anatômicas, funcionais, etc. que possam caracterizar esse transtorno, para que sua identificação seja o mais precoce possível, possibilitando um prognostico melhor para quem o possui.

Falando em alterações elétricas, você sabia que o EEG consegue captar a atividade elétrica cerebral e é usado como referência para diagnostico de várias patologias? Clique aqui e conheça esse produto.

 


Referências

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnostico e estatístico de transtornos mentais (DSM-V), Washington, DC: American Psychiatric Association, 2014.

BERENGUER, C.; ROSELLÓ, B.; COLOMER, C.; BAIXAULI, I.; MIRANDA, A. Children with autism and attention deficit hyperactivity disorder. Relationships between symptoms and executive function, theory of mind, and behavioral problems. Research in developmental disabilities, v. 83, p. 260-269, 2018

BOLKAN, Scott; GORDON, Joshua A. Neuroscience: untangling autism. Nature, v. 532, n. 7597, p. 45-46, 2016.

CHEN, J.; PEÑAGARIKANO, O.; BELGARD, T.; SWARUP, V.; GESCHWIND, D. The emerging picture of autism spectrum disorder: genetics and pathology. Annual Review of Pathology: Mechanisms of Disease, v. 10, p. 111-144, 2015.

The content published here is the exclusive responsibility of the authors.

Autor:

Livia Nascimento Rabelo

#brainionicmovements #brainstimulation #socialinteraction #eegfmri #responsedevices #eegnirscombined #eeglatam #neurophilosophy #choicemechanisms #formri #eegelectrodecaps #primingeffect #nirsbcineurofeedback #skilllearning #selfperceptionconsciousness #eegactiveelectrodes #bienestarwellnessbemestar #semioticsresearch #neurorights #neurocognition #attentionperceptionaction #attentioncontrolconsciousness #executivelegislativejudgmentfunctions #sportmotorbehavior #neuropolitics #cognitiveneuroscience #humancompetence #sentienceconsciousness #decisionmaking #metacognitionmindsetpremeditation #culturalneuroscience #brainbiochemicalhomeostasis #autonoeticconsciousness #agingmaturityinnocence #neuroeconomics #neuroart #cognitiveconsciousness