A neurociência da mente dos bebês

Tuesday, 16 de July de 2019

Já parou pra pensar o que acontece na cabeça dos bebês e de crianças pequenas?

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Eles são uma fofura né? Bebês e crianças pequenas costumam chamar muito a atenção: alguns são fenômenos da internet, famosíssimos no youtube e nas redes sociais. Um dos motivos desses conteúdos com bebês chamarem tanto a atenção tem a ver com eles exibirem uma série de comportamentos interessantes. Bebês e crianças pequenas chamam a atenção por terem mentes muito mais livres e linhas de pensamentos que fogem a lógica (muitas vezes), mas que ao mesmo tempo já compreendem e exibem diversas atitudes que são muito parecidas com as de adultos. Mas por que isso?



Cerébros sociais


Nós, seres humanos, possuímos um cérebro muito especial: o cérebro social! Ainda não se sabe muito sobre a sua existência em outras espécies e principalmente em outras espécies que exibem comportamentos sociais, mas em humanos, o cérebro social consiste em uma especialização de certas áreas do cérebro para atividades intrínsecas à convivência social. Além disso, como vimos na pesquisa da professora Skye McDonald (clica que tem blog!), as conexões entre essas áreas desempenham um papel global muito importante para que as pessoas possam exibir toda essa gama complexa de competências relacioanadas ao convívio social. Mas que comportamentos são esses?

Bem, para viver em sociedade como vivemos, é crucial termos a capacidade de nos comunicarmos de forma complexa. Isso significa que além de emitirmos e recebermos diversas informações, é importante ser capaz de ler e inferir o significado de uma série de outros elementos durante a comunicação para de fato compreendermos a mensagem: emoções, expressões faciais, linguagem corporal, tom de voz, contexto… Nosso cérebro social agrupa tudo isso e infere também sobre as intenções e pensamentos do interlocutor. Todas essas habilidades se agrupam em um conjunto de características chamadas de “Teoria da Mente”. Além disso, nosso cérebro social nos permite ter empatia, ou seja, agrupar todas essas informações e nos colocar no lugar do outro em diversas situações. Essas habilidades compõe nossa cognição social e são essenciais para a forma como nossa sociedade se relaciona hoje.


Mas e os bebês nisso tudo?

Bebês e crianças pequenas ainda estão passando por uma fase de desenvolvimento de seu sistema nervoso e de todas essas habilidades. Contudo, o que é realmente curioso é como bebês e crianças podem nos surpreender com todo esse escopo de informações complexas já desenvolvidos. Certa vez, fiquei de babá da minha sobrinha de 1 ano e 2 meses e essa era a primeira vez que fiquei responsável por um bebê sozinha. Eis que eventualmente, precisei trocar a fralda da minha sobrinha (coisa que eu só tinha feito em bonecas quando criança e definitivamente não tinha prática rs). Minha sobrinha sempre foi muito brincalhona e adorava ficar mexendo as pernas e se divertindo com a dificuldade dos adultos de trocar sua fralda. Depois de muitas tentativas, já completamente frustrada, falei séria pra ela “Olha, desse jeito não vai dar! Eu não sei o que eu to fazendo, se você não começar a colaborar, só não vai dar! A gente tá junto nessa!”. Para minha surpresa, a bebê de 1 ano e 2 meses, cujo vocabulário complexo consistia em 2 palavras “oto” (que significava que ela queria algo de novo) e “aga” (originalmente, água, mas que representava tudo que ela podia comer ou beber), parou de brincar, sentou na mesa, pegou a fralda e tentou colocar sozinha. Com 1 ano e 2 meses, ela conseguiu compreender meu pedido de ajuda verbal, bem como  reunir todas as informações (tom de voz, expressões faciais, olhar…), bem como se por no meu lugar e decidir parar de atrapalhar e ao invés disso tentar AJUDAR na tarefa de colocar a fralda. Tudo isso mostra um desenvolvimento muito alto de funções cognitivas, com elementos que podem ser apontados como teoria da mente, empatia e até mesmo funções executivas.

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Uma palavra chave nesse exemplo é “AJUDAR”. Bebês e crianças naturalmente tem preferência por personagens que tendem a ajudar. Eles gostam de ajudantes e muitas vezes tentam desempenhar essa função. Estudos desse tipo abordam uma ideia de “vida moral dos bebês”, na qual crianças e bebês apresentariam naturalmente comportamentos enviesados com um certo viés moral, como essa ideia de que “ser ajudante é bom”.Talvez não seja nem o ato de ajudar em si, mas talvez a capacidade dos bebês de perceber que ajudar deixa as pessoas felizes, sendo que a felicidade é uma emoção “universal” e que pode ser percebida bem até por indivíduos que não tem cognição social normal ou bem desenvolvida.


Bebês e crianças entendem muito mais do que a gente imagina. Vale a pena continuar investindo em estudos que busquem compreender o que se passa em suas pequenas mentes. Para isso, além de ferramentas associadas a testes psicológicos e dados de observação, é interessante buscar ferramentas que estudem a neurofisiologia dessas crianças! Se quiser saber mais sobre esses equipamentos, clique aqui!
 




 




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Fontes:

https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpsyg.2014.01563/full

https://depts.washington.edu/ccfwb/sites/default/files/Moral%20Life%20of%20Babies%20-%20NYTimes.com.pdf

The content published here is the exclusive responsibility of the authors.

Autor:

Mila Pamplona

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