Desigualdade de gênero na comunidade de neurociências latino-americana

Sunday, 07 de March de 2021

A desigualdade e o preconceito de gênero em ciência, tecnologia, matemática, engenharia foi identificado há muito tempo. Entretanto, o desequilíbrio de gênero na neurociência é algo ainda muito novo que não foi adequadamente explorado em todo o mundo. Nesse sentido, alguns estudos se preocuparam sobre o desenvolvimento da carreira de mulheres neurocientistas na América Latina e como foram suas percepções sobre os obstáculos para o sucesso.

Fonte: O globo (2021)

Nesse sentido, esse estudo além de revelar a desigualdade de gênero no campo da neurociência, ainda adicionou um “plus” a discussão, pois, traços distintos da América Latina tornaram-se evidentes, proporcionando novos insights sobre a compreensão global do desequilíbrio de gênero na região. Essas evidências são muito importantes, pois, podem orientar ações futuras, incluindo o desenho de políticas públicas na região.

Em um estudo, eles tentaram estudar as lacunas de gênero nas trajetórias acadêmicas na comunidade latino-americana de neurociências (LAN), através da implementação da pesquisa LAN (LANs). A pesquisa investigou dimensões como estrutura familiar, área de estudo, histórico de carreira, acesso a cargos efetivos e percepção de discriminação indagando sobre representação feminina em altos escalões de liderança e em comitês que tratam da tomada de decisão em políticas de ciências.

Para isso, fizeram a pesquisa com 763 neurocientistas (265 homens e 498 mulheres) em vários países. Algumas das tendências da comunidade científica em todo o mundo foram confirmadas para a comunidade LAN com um forte viés de gênero em neurocientistas seniores. Em todos os países, a proporção de homens para mulheres no grau mais alto foi maior. Além disso, mais mulheres relataram interrupções em seu caminho de pós graduação e trabalho. Os principais motivos dessas interrupções também diferiam entre os gêneros: puericultura e gravidez eram para mulheres e problemas financeiros. No geral, esse estudo confirma que é mais difícil para as mulheres do que para os homens ter sucesso nas carreiras neurocientíficas na América Latina

Apesar dos avanços na participação das mulheres na ciência, os estudos ainda demonstram que há persistência de brechas de gênero em áreas científicas em que homens e mulheres estão inseridos. Essas lacunas são percebidas tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. As explicações para isso são das mais diversas, variando desde a influência da discriminação e estereótipos de gênero.

 

Referências

LÓPEZ-BASSOLS, Vladimir et al. Las brechas de género en ciencia, tecnología e innovación en América Latina y el Caribe. Resultados de una recolección piloto y propuesta metodológica para la medición, 2018.

MCDERMOTT, Mollie et al. Sex differences in academic rank and publication rate at top-ranked US neurology programs. JAMA neurology, v. 75, n. 8, p. 956-961, 2018.

SILVA, Ana et al. GENDER INEQUALITY IN LATIN AMERICAN NEUROSCIENCE COMMUNITY. IBRO Neuroscience Reports, 2021.

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Autor:

Livia Nascimento Rabelo

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